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Carro elétrico abastecido com etanol

Carlos Carvalho



Carros elétricos é uma tendência forte no mercado de automóveis, e dentro de poucos anos já será realidade em alguns países. Várias marcas já encerraram o desenvolvimento de novos motores a combustão, e outras já determinaram o ano em que irão produzir apenas carros elétricos: volvo e volkwagen (2030); GM (2035); Mercedes (2039).

No Brasil foram vendidos 19.000 veículos eletrificados (híbridos e elétricos), um aumento de 60% em relação ao ano anterior, segundos dados da ABVE – Associação Brasileira de Veículos Elétricos.

Mas ter um carro elétrico no Brasil ainda é um desafio, apesar da política de estímulo à produção. O custo elevado, a falta de estrutura de pontos de recarga das baterias e da manutenção específica, são algumas das dificuldades atuais.

A Nissan está desenvolvendo um projeto que soluciona duas dessas dificuldades: o custo elevado e a falta de pontos de recarga. Em parceria com a USP e a Unicamp, a Nissan projeta um carro elétrico que não precisa de bateria e promete uma autonomia de 600 km.

O veículo será abastecido com etanol ou etanol mais água. O equipamento, nomeado de Nissan SOFC, tira, por meio da eletrólise, o hidrogênio do etanol e por meio de uma reação química faz com que ele gere energia elétrica para alimentar os motores. Será o primeiro carro do mundo a utilizar a tecnologia “Célula de Combustível e-Bio” e o Fuel Cell – sistema de alimentação movido à célula de combustível com etanol.

A poluição que esse processo gera é absolutamente zero! O resultado desse processo de eletrólise é apenas água e carbono-neutro, não nocivos à atmosfera. Ou seja, mesmo utilizando um combustível vegetal, o SOFC polui menos que um carro híbrido, que poderia usar o mesmo combustível.

O Brasil é um dos países que esse carro, bem como esse sistema pode dar mais certo, e poderemos nos tornar referência mundial nessa tecnologia. Afinal, temos amplo conhecimento na produção de etanol, e uma rede consolidada de postos de abastecimento.

Mas existe um desafio para que carros elétricos movidos a etanol se tornem uma realidade. O equipamento que realiza a eletrólise no etanol e retira o hidrogênio, é uma máquina muito grande, pesada e de alto custo. A alternativa seria a instalação dessas máquinas nos postos de combustível. Assim, já com o hidrogênio removido, a água pode ser reciclada e o abastecimento do carro seria diretamente com hidrogênio.

A perspectiva é de que a produção de carros movidos à combustão seja encerrada até 2050. As montadoras buscam alternativas elétricas, que é uma solução ecológica, mas também se preocupam com a construção e manutenção dos veículos com menos impacto ao meio ambiente. O Nissan SOFC trilha esse caminho.

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